Moradores unem-se contra alteração de projecto
Alfredo Vieira
Os moradores da Quinta da Flamenga, em Vialonga, organizaram um movimento de cidadãos com o objectivo de acelerar a construção do parque urbano planeado para uma zona que se encontra transformada num matagal, estaleiro de obras e máquinas e, mais recentemente, em depósito de entulhos.
“Quando comprámos as nossas casas pagámos mais para a construção do parque urbano”, diz Fernando Dias, porta-voz do Movimento Jardim-Parque Urbano da Quinta da Flamenga, criado no passado dia 22 de Abril, numa reunião que teve a presença de mais de setenta moradores, de onde saiu uma comissão formada ainda por Daniel Dias, Luís Gaspar, Sara Amaral, Ana Rosa e Júlio Parreirinha. No entanto, a reivindicação da construção da prometida área de lazer não é o único objectivo dos habitantes, outros problemas existem como é o caso da duplicação de números dos lotes: “os nomes das ruas estão atribuídos, mas as placas ainda não foram colocadas, existem números repetidos, o que origina a troca de correspondência”. Há ainda o estacionamento indevido de carros pesados devido à inexistência de sinalização, alguma dela vandalizada. “Com esse estacionamento muitos passeios já estão danificados. Outro problema é a velocidade, pois as ruas são propícias a grandes acelerações”.
Para Daniel Dias, um dos membros do movimento e secretário da Junta de Freguesia de Vialonga, é a autarquia vialonguense que está a desbravar o mato, não sendo este um trabalho da autarquia, no entanto, em seu entender, a grande responsabilidade da falta de construção do parque urbano vai para a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira,” existia uma garantia bancária para o parque urbano que foi levantada pelo município para aplicar noutras zonas do concelho. Prometeram-nos qualidade de vida, coisa que não temos na Quinta da Flamenga”.
Apesar de sentirem grandes problemas na urbanização o objectivo principal deste grupo de cidadãos é a construção do parque urbano, um dos maiores e mais importantes do concelho, já que vai albergar um restaurante com um lago, campos de ténis, piscina, zonas verdes e de lazer, segundo o projecto que actualmente conhecem, mas que neste momento sentem ameaçados devido a rumores que a Câmara Municipal pretende alterar a proposta inicial. “O que pretendemos é responsabilizar a autarquia vilafranquense pela construção da zona verde e de lazer, para isso vamos estar presentes na reunião pública da edilidade para ouvir da presidente o compromisso da construção do parque e acabar de uma vez por todas com uma zona cada vez mais degradada, com máquinas, muitas que não são utilizadas há muito tempo”, diz Ana Rosa uma das representantes dos moradores.
No plano plurianual do município não existem verbas destinadas aquela zona da freguesia, o que motiva a desconfiança dos habitantes, até porque o que viram mexer no local destinado ao parque urbano, ao longo destes anos, foi retirar algumas terras de um morro ali existente. “Se nada for dito pela presidente vamos solicitar uma reunião ao vereador do urbanismo, mas preferíamos uma posição pública da autarca. Não pedimos mais do que nos foi prometido”, diz Fernando Dias.
Na Quinta da Flamenga está previsto a construção de 800 fogos, numa urbanização que pode albergar mais de três mil habitantes. Segundo os responsáveis deste movimento este parque urbano vai servir, não só a população da Flamenga, mas toda a freguesia de Vialonga, e mesmo o concelho de Vila Franca de Xira. “Pretendemos simplesmente acelerar e promover a construção de uma zona importante de lazer que vai permitir mais qualidade de vida a todos os cidadãos”, concluiu Daniel Dias.
In Jornal Triângulo, 9 de Maio de 2006